LIMITAÇÕES ATUAIS


O papel conservador do sindicato


Ao nosso ver a determinação fundamental para as nossas lutas (confira nossa história) não se ampliarem é a nossa falta de auto-organização. As paralisações que ocorrem são produtos da luta do trabalhadores, porém elas não avançaram devido a forma que essas lutas foram organizadas. Isto é, foram lutas cooptadas, controladas e dirigidas pelo sindicato da nossa categoria, instituição altamente burocrática que conseguem apenas frustrar ainda mais os trabalhadores insatisfeitos. Frustração que possui tendência de culminar com um imobilismo ainda maior em função de determinadas derrotas. Diante disso, precisamos compreender o real papel que os sindicatos possuem na sociedade atual, para em seguida realizar apontamentos sobre o que fazer.

Do ponto de vista histórico, os sindicatos surgiram como estratégia concreta de luta dos trabalhadores no século XIX. No entanto, eram reproduzidos em seu interior relações completamente diferentes das instituições chamadas hoje de sindicatos. Originalmente, os sindicatos não estabeleciam a diferença entre trabalhadores e sindicalistas. Estes últimos naquela época eram ainda trabalhadores, só que organizados coletivamente. Isso é bem diferente do sindicato de hoje já institucionalizado na sociedade capitalista, a qual reproduz a relação burocrática de distinção entre os sindicalistas (dirigentes) e trabalhadores (dirigidos).

Ainda há alguém quem acredita que os sindicatos defendem os interesses dos trabalhadores? Ora, seus interesses se fundamentam em negociar o valor da venda da nossa força de trabalho, eles vivem aliás dos privilégios dessa relação. Além disso, o sindicato da nossa categoria - SINDPD-SC - é acusado de possuir foco em atuar no setor público, enquanto que paralelamente recebem vantagens dos patrões do setor privado. Mas isso não deveria ser novidade para ninguém, pois é sabido há muito tempo que sindicatos são instituições que não representam os interesses, mesmo que os mais imediatos, dos trabalhadores. E com o "nosso" sindicato não é nem um pouco diferente.

No entanto, qualquer tentativa de criar outro sindicato reproduzirá as mesmas limitações burocráticas, com negociatas e vínculos dos mais estreitos com aparelhos partidários, estatais e privados. Pois, sindicatos reproduzem em seu interior a relação entre dirigentes e dirigidos, a qual onde há este tipo de relação, há espaço para corrupção, peleguismo, vanguardismo, etc. Além disso, estas instituições não permitem avançar a luta dos trabalhadores, pelo contrário, a faz regredir. De modo que, a autogestão das lutas significa, entre outros aspectos, avançar na auto-emancipação, auto-organização e auto-formação, conceitos estes completamente antagônicos aos dos dirigentes sindicalistas, os quais são ávidos por dirigir, controlar, frear as lutas.

Contudo, apesar dos sindicatos, assim como partidos, serem burocratizados e aí residir o seu papel conservador, existem em seu interior alguns poucos indivíduos, é verdade, sinceros em suas ações, mas que na prática acabam apenas reproduzindo atividades contraditórias aos objetivos dos trabalhadores. Como já dizia a Rosa Luxemburgo, a luta não reside no combate isolado aos indivíduos, mas sim às instituições. E todos os indivíduos com a perspectiva dos trabalhadores podem e devem contribuir com a luta.

Confira no menu de navegação as nossas propostas para superação destas limitações.

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